Este final de semana estive em Cidade Tiradentes, nos Jardins e na Bienal. No meio de tanta coisa, de mundos tão diferentes que querem se conversar, tive que retomar um parágrafo que escrevi durante a Residência Artística do Condomínio Cultural. Eu conversava com Vicente Martos sobre o que unia a experiência dos artistas residentes.
"É preciso uma membrana para me separar de todo o resto. Essa membrana que me protege da completa dissolução, que me mantém integro. Nem todo inteiro significa fechado em uma casca, depende da fragilidade de cada momento, da vontade de ruptura. Se não há diferença, ou seja, num meio homogêneo, não há encontro, não existe troca. Para ser permeável é preciso estabelecer certos limites entre eu e não-eu. O encontro com o outro só é possível na pele. Nessa falta de acesso, nas trocas de fluxos."