Ao final de toda exposição do "Desvio de Percurso", pisoteio no que resta de sal. Não é uma ação pública, faço justamente no dia da desmontagem porque, apesar de achar que tem um pensamento da performance, acredito que ainda não posso chamar assim.
Sinto que a instalação pede uma ação para se completar e, como a maioria dos visitantes não chuta nem pisa propositadamente no sal, aproveito a desmontagem para pisar nessa espacialidade que construí com as mãos. O que tenho feito é um registro em vídeo dessa ação, algumas vezes experimentando cortes ou ângulos diferentes, noutras vezes utilizando sapato de salto ou descalça.
Vou experimentando, ora aquilo que aprendi com a performance, ora com o vídeo. E esse encontro com um novo meio, me trazem outras perguntas: qual o lugar do meu corpo?
Quanto mais eu tentava encontrar respostas, mais o trabalho parecia se afastar daquilo que eu busco na instalação: que é a possibilidade do público interferir, agir. Não tanto o foco em mim, mas naquilo que o outro pode fazer, mesmo que acidentalmente.
Ultimamente tem me satisfeito o vídeo transposto para o flipbook. Então o vídeo só existe no manuseio, no ato de folhear as páginas...